Reciclar por uma mão biónica para o Nuno

O Nuno Miguel nasceu há três meses sem a mão esquerda, em Apúlia, Esposende. Neste momento está já a decorrer uma campanha de recolha de tampinhas para o ajudar a ter uma mão biónica.


O caso tem muitas semelhanças com o do pequeno Rodrigo, recentemente noticiado nos meios de comunicação social, também no concelho de Esposende.
Os pais do ainda recém-nascido Nuno Miguel, Manuel e Síl-via Santos, assistiram pela televisão à reportagem sobre o Rodrigo e a sua família, que tentavam angariar o maior número de tampinhas possíveis para entregar à empresa CEINOP - uma unidade de reciclagem de plástico e produção de embalagens, com sede em Póvoa do Varzim - a fim de conseguir o dinheiro necessário para colocar uma mão biónica ao filho.
E foi precisamente ao ver esta notícia que se lembraram, também eles, de recorrer à CEINOP e apresentar o seu caso, no intuito de começar o mais cedo possível a angariação de tampinhas e toda a espécie de produtos plásticos, desde que sejam recicláveis, como embalagens de iogurtes líquidos, manteigas, detergentes, creme do corpo, amaciadores ou cones das linhas de costura, entre outros, em troca de uma mão mioeléctrica.
Os pais ainda não conseguem explicar porque é que o Nuno Miguel nasceu sem uma das mãos. Mas sabem uma coisa: há que agir o mais depressa possível para minimizar o sofrimento do filho, colocando-lhe próteses plásticas até ter pelo menos três anos - a idade em que poderá vir a ter uma mão biónica, tal como o Rodrigo.
No total será necessário angariar entre 15 a 18 toneladas de tampinhas e embalagens plásticas - indica Lúcio Cerqueira, director da empresa de reciclagem, apontando para o facto de que “todos os dias nos aparecem casos novos de pessoas que indicam não ter o apoio do Estado”.
O responsável apontou estas campanhas de solidariedade como uma forma de responsabilidade social empresarial.
“Tentamos, assim, juntar o útil ao agradável”, comentou, acrescentando que “a CEINOP teve que criar uma associação, com sócios e funcionários da empresa, para conseguir atender a mais casos deste género”, isto porque a lei do mecenato só permitia que a empresa doasse uma certa percentagem, dependendo dos lucros.
Todas as ajudas são importantes, sejam individuais ou a título institucional, para quem se quiser associar a esta angariação de embalagens plásticas, que podem ser deixadas na Junta de Freguesia de Apúlia, e no posto de combustível da ‘Azoria’ e ainda ‘Recimp’.

21-04-11 - Correio do Minho

Sem comentários:

Enviar um comentário